terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Saudade!

"Saudades! Sim...talvez...e por que não?
Se o sonho foi alto e forte
Que pensara vê-lo até a morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?...Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!"

(Saudade. Florbela Espanca)

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